quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Confuso, feito aqueles dois.


E sem mais, nem menos... ela se deu conta que sente falta de coisas que um dia nunca deu valor. 

Se lembra do dia em que cruzou a entrada do prédio onde mora e do outro lado da rua se encontrava alguém em um carro preto, feito os olhos dela, e esse alguém cantava Chico Buarque como se o próprio Chico tivesse escrito a música para a forma como ela se remexia enquanto andava. 

Eles eram bons amigos, bons amigos que um dia se apaixonaram. Bons amigos que arriscaram o que havia de mais precioso entre os dois em troca de quem sabe um sonho. O sonho da vida a dois. 

Não existiria nada melhor do que isso, além de melhor amiga, ela seria também namorada (porque não?).

Ela se entregou, sem problemas, sem regras, sem aspas - ele também. Durante algum tempo fizeram exatamente as mesmas coisas. Durante algum tempo ela correu dele, ele correu dela - mas determinadas horas eles se encontravam de verdade. Ela gostava de sentir o coração dele bater e parava por ai.

Correram tanto um do outro, correram tanto juntos que sem mais nem menos a vida levou ela pra longe dele, ele continuou parado ali, esperando pra saber por onde ela andava. Eles não souberam se comunicar e se perderam. Se perderam como ele E ela. Mas souberam se manter como eram no início. Bons amigos que se admiram e respeitam.

Como não poderia deixar de ser, uma história meio torta, meio confusa, meio sem uma cronologia normal. Depois de voltarem a ser bons e velhos amigos, por uma coisa que foi dita, eles acabaram - por algumas boas noites e dias, voltando a ser o que um dia foram. Mas dessa vez sem ilusões. Nesse momento, tudo passou a ter uma nova perspectiva, tudo passou a ser novamente diferente. Ele continuou o mesmo, ela continuou a mesma. Mas por algum motivo ela precisava daquilo, com ele e ele com ela. E assim foi.

Até que novamente ela resolveu recomeçar, ele também. Ela sumiu das vistas dele, ele continuou lá. Esperando contato. Até o dia que ela se resolveu, voltou a sofrer por um outro alguém e novamente ele estava lá... pela manhã, pegou ela pelos braços e terminou em um abraço, daqueles que te fazem desabar e acabou lá pelo horário do almoço, secando as lágrimas dela enquanto dizia que tudo certamente ficaria bem.

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